sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Células de Linha Germinativa

Nos organismos multicelulares, as células germinativas são células que podem dar origem aos gâmetas, no caso dos animais são o espermatozóide e o óvulo. Em muitos animais as células germinativas primordiais diferenciam-se nas primeiras fases de desenvolvimento do embrião, migram para a região onde se formarão as gónadas e iniciam o processo de gametogénese. No processo de formação de células germinativas estão envolvidos dois processos de divisão celular: mitose e meiose.
Nas plantas, elas só se diferenciam, a partir de células meristemáticas durante o desenvolvimento dos órgãos sexuais, como a flor, nas angiospérmicas.
As mutações nas células germinativas são mais importantes do que as nas células somáticas porque a informação genética nelas contida é passada aos descendentes na reprodução sexuada.
A utilização de células germinativas como modelo experimental tem sido muito útil para se investigar a espermatogénese e a biologia da célula tronco, além de potencialmente apresentar importantes aplicações na produção de animais transgénicos, nas tecnologias de reprodução assistida, em pesquisas no campo da aquicultura e pecuária e preservação de espécies em perigo de extinção.
A investigação é feita através da marcação das células com um corante fluorescente.
Uma vez que este modelo diz respeito a manipulaçao genética (estas técnicas tem o objetivo de mudar, em definitivo, o genoma do individuo e descendentes, antes do nascimento), traz consigo muitas questões bioéticas. A mudança definitiva do genoma não é apenas um acto de experimentação científica para avanço do conhecimento da biologia humana, mas também um acto de manipulação da constituição biológica da humanidade. Estas questões éticas tomam dimensões maiores quando dizem respeito a pessoas, à especie humana.

Fica a saber mais em:

És a favor da Experimentação Animal?



És a favor da Experimentação Animal?


Sim?
Não?



Partilha a tua opinião connosco participando na sondagem

Vota já!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Drosophila Melanogaster


A drosophila melanogaster mais conhecida por mosca da fruta é uma das espécies mais utilizadas como modelo experimental em biologia, para estudos de genética, fisiologia, doenças microbianas e evolução da vida. Todos os organismos têm o mesmo programa genético; logo, a compreensão dos processos de transcrição e replicação na drosophila ajuda-nos a compreender estes processos noutros seres eucariontes, incluindo o Homem.
O genoma da drosophila contém quatro pares de cromossomas: um par de cromossomas sexuais e três pares de autossomas. Cerca de 75% das doenças humanas conhecidas são também reconhecidas no código genético das drosophilas e 50% das sequências proteicas da mosca têm semelhanças mamíferas.
A drosophila é utilizada como modelo genético para diferentes doenças humanas incluindo as doenças neurodegenerativas Parkinson, Huntington, Ataxia espinocerebelar e Alzheimer. A mosca é também usada para estudar mecanismos relacionados com o stress oxidativo e de envelhecimento, imunidade, diabetes e cancro, também como o abuso de drogas. É um dos organismos mais estudados na investigação biológica, particularmente na genética e desenvolvimento biológico por diversas razões:
- O tratamento e a cultura requerem pouco equipamento e pouco espaço mesmo quando se usam grandes culturas, o custo total é baixo.
- Desenvolve-se rapidamente e a sua morfologia é facilmente observável quando estão anestesiados.
- O tempo de gestação é curto (cerca de dez dias em temperatura favorável) portanto várias culturas podem ser estudadas em poucas semanas.
- Produzem grande descendência (as fêmeas libertam até 100 ovos por dias, 2000 durante a sua vida)

- Machos e fêmeas são facilmente distinguíveis e as fêmeas virgens são facilmente isoladas, facilitando os cruzamentos genéticos.

- Tem um genoma simples, quatro pares de cromossomas: 3 pares de autossomas e um par de cromossomas sexuais.

- Os machos não apresentam recombinações meióticas, facilitando os estudos genéticos.
Fica a saber mais em:

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ratos e Ratinhos

Os ratos e ratinhos, como todos sabemos, são mamíferos que são especialmente utilizados em experimentação animal; São utilizados no estudo de doenças com grande impacto actual nos humanos como por exemplo, a depressão, a dor e o stress.
A manipulação genética em animais experimentais, nomeadamente no rato e no ratinho, abriu assim muitas perspectivas à Biomedicina moderna, nomeadamente, a possibilidade de reproduzir doenças humanas, mesmo “complexas” – como a diabetes e o lupus, de estudar os respectivos mecanismos e ensaiar novas estratégias terapêuticas; o trabalho com doenças humanas é largamente conduzido em animais ou microorganismos.
Os ratos e ratinhos são a espécie de vertebrados mais utilizada, muito popular pela sua abundância, tamanho, preço, facilidade em lidar e rápida reprodução. Características que representam as inúmeras vantagens no que diz respeito à utilização deste modelo.
Os Ratinhos são considerados o modelo principal no estudo de doenças humanas hereditárias, estudos genéticos, por compartilharem cerca de 99% de seus genes com os seres humanos e uma vez que o seu metabolismo acelerado permite retirar determinados genes, uma característica muito importante quando, por exemplo, se estuda uma doença humana neurodegenerativa. Por outro lado, o sistema nervoso dos ratos apresenta uma enorme semelhança estrutural com o cérebro humano; são animais possíveis de treinar na execução de diversas tarefas e ao longo de tempo têm-se desenvolvido uma miríade de testes comportamentais. Os ratos são também muito utilizados para a fisiologia, toxicologia e pesquisa para o cancro, mas a manipulação genética nestes é muito mais difícil do que nos ratinhos o que limita muito a sua utilização.
Fica a saber mais em:

Leveduras

As leveduras (pertencentes ao grupo dos fungos) são organismos eucarióticos unicelulares que existem no solo, ar, plantas, frutos e alimentos.
Tem grande importância para a Biotecnologia pelo seu papel milenar na produção de pão, vinho e cerveja, devido à sua capacidade de produzir álcool (principalmente o etanol, presente em bebidas fermentadas) e dióxido de carbono (que permite a expansão da massa do pão) a partir de açúcares que são assim considerados uma fonte de energia renovável.

A produção de bio-etanol a partir de açúcares é um bom exemplo da aplicação industrial da levedura.

Outra aplicação importante das leveduras na Biotecnologia moderna que assume ainda um carácter pioneiro, é a sua utilização como organismo hospedeiro na produção de proteínas recombinantes de interesse farmacêutico como por exemplo, a vacina da Hepatite B.
Além de desempenhar um importante papel ao nível de processos biotecnológicos relevantes, a levedura S.cerevisiae é ainda amplamente utilizada como modelo experimental eucariótico em estudos de biologia fundamental e aplicada.
Esta levedura é não-patogénica (não provoca doenças), facilmente cultivada em laboratório em condições pré-determinadas e passíveis de serem controladas pelo manipulador, sendo ainda fácil de manipular geneticamente; Foi o primeiro organismo eucariótico a ter o seu genoma totalmente sequenciado (1996).
Existem hoje disponíveis uma série de ferramentas biológicas de grande importância, como é o caso da colecção de mutantes Euroscarf, que inclui estirpes de levedura que possuem individualmente eliminados os cerca de 6000 genes da levedura. Esta colecção de mutantes tem vindo a contribuir para a análise funcional dos novos genes, uma vez que se pode determinar o efeito causado pela eliminação individual de um determinado gene, por comparação do seu fenótipo com o fenótipo apresentado pela estirpe original.
As potencialidades das leveduras como modelo de estudo de organismos superiores, inclusive o Homem, têm vindo a ser amplamente demonstradas. Em particular, a ocorrência em levedura de proteínas homólogas a proteínas humanas envolvidas em doenças hereditárias.


Fica a saber mais em:

http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=321&ordem=1
http://www.e-escola.pt/topico.asp?id=321&ordem=2
http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_grad2004/microorganismos/levedura.jpg

Zebra Fish

O peixe zebra é um peixe de água doce e é um modelo experimental vertebrado importante na investigação científica.
Pesquisas com Danio Rerio (uma espécie do peixe zebra) permitiu avanços em campos como o desenvolvimento biológico, oncologia, toxicologia, estudos reprodutivos, teratologia, genética, ciências ambientais, células estaminais, medicina regenerativa e teoria evolucionária.
Uma das grandes vantagens da utilização em laboratório como modelo experimental deve-se ao código genético que é facilmente observável e o tempo de gestação é rápido progredindo de ovos a estado larvar em menos de três dias. Os embriões são grandes, robustos e transparentes e desenvolvem-se no exterior da progenitora, características que facilitam a manipulação experimental. O seu tamanho constante durante o desenvolvimento inicial facilitam as técnicas de marcação simples e os fármacos podem ser administrados directamente para o tanque.
Os ovos não fertilizados podem ser divididos e os embriões de duas células fundidos numa célula simples criando um embrião homozigótico.
Fica a saber mais em:

Experimentação Animal

A experimentação animal, é o uso de animais não-humanos em experiências, especialmente organismos-modelo tais como vermes nematóides, moscas de fruta, peixes zebra-fish, ratos e ratinhos. Mundialmente, estima-se que, anualmente, são utilizados 50 a 100 milhões de animais vertebrados para experimentação assim como um grande número de invertebrados.
A origem dos animais utilizados varia de laboratório para laboratório mas principalmente de países para país e entre espécies; A maioria dos animais são reproduzidos/gerados em laboratório pelos investigadores, outros podem ser também capturados na natureza em estado selvagem ou fornecidos por concessionários específicos.
A maioria dos animais é sacrificada após serem utilizados.
As investigações e pesquisas são realizadas geralmente dentro de universidades, escolas médicas, empresas farmacêuticas, quintas ou instalações comerciais que fornecem serviços de experimentação animal para a indústria; Incluem pesquisa pura como a genética, biologia do desenvolvimento, estudos comportamentais, bem como pesquisa aplicada, como a investigação biomédica, transplante de células vivas, exames toxicológicos e testes de toxicologia, incluindo testes de cosméticos.
Os defensores desta prática (experimentação animal) argumentam que praticamente todas as conquistas médicas realizadas no século 20 tiveram origem e base na utilização de animais; e que mesmo os computadores mais sofisticados não são capazes de reproduzir as interacções entre as moléculas, células, tecidos, órgãos, organismos e ambiente sendo assim a experimentação animal inquestionavelmente necessária em muitas áreas.
Alguns cientistas e organizações de direitos dos animais, questionam a legitimidade da experimentação animal argumentando que:
- É cruel;
- É de baixo valor científico;
- Está mal regulada;
- Que o progresso na medicina e na ciência está a ser prejudicado por modelos animais enganosos e testes desactualizados que não podem prever os efeitos em seres humanos;
- Que os custos superam os benefícios;
- Que os animais têm o direito inquestionável de não ser utilizado para a experimentação.
A prática da experimentação animal é regulamentada em graus diferentes em diferentes países.
As primeiras referências a ensaios em animais foram encontradas nos escritos dos gregos nos séculos II e IV aC. Aristóteles e Erasístrato foram os primeiros a realizar experiências em animais vivos. Galen, um médico, dissecou os primeiros porcos e cabras e é por isso chamado o pai da dissecação.
Os animais têm sido utilizados ao longo da história da pesquisa científica.
Na década de 1880, Louis Pasteur demonstrou de forma convincente a teoria dos germes da medicina introduzindo antraz em ovelhas.
Em 1890, Ivan Pavlov realizou a famosa experiência para descrever o condicionamento clássico para a qual utilizou cães.
Insulina, de cães, foi pela primeira vez isolada em 1922 e revolucionou o tratamento da diabetes.
Em 3 de Novembro de 1957, um cão russo, Laika, tornou-se o primeiro de muitos animais a orbitar a Terra.
Na década de 1970, tratamentos com antibióticos e vacinas para a lepra foram desenvolvidos utilizando tatus, e depois foram então administrados em seres humanos.
Em 1974, a capacidade do Homem de alterar a genética de animais deu um grande passo em frente porque Rudolf Jaenisch foi capaz de produzir o primeiro mamífero transgénico, através da integração de DNA de um vírus no genoma de ratinhos. Esta pesquisa genética progrediu rapidamente e, em 1996, a ovelha Dolly nasceu, o primeiro mamífero a ser clonado a partir de uma célula adulta.
No século XX as experiências as animais foram questionadas:Claude Bernard, considerado o "príncipe dos vivisseccionistas" e um dos maiores homens da ciência, argumentou que as experiências em animais são "absolutamente decisiva para a toxicologia e higiene do homem". Após algumas experiencias em humanos que tiveram resultados desastrosos uma vez que deram a origem a uma elevada taxa de morte, foram aprovadas novas leis que permitiam e obrigavam a testes em animais antes dos produtos em causa serem comercializados.
A polémica em torno da experimentação animal remonta ao século XVII. Houve também acusações sobre uma base ética, alegando que o benefício para os seres humanos não justifica os danos nos animais. Outra das objecções à experimentação animal veio de um outro factor - muitas pessoas acreditavam que os animais são inferiores aos seres humanos e que são tão diferentes que resultados em animais não poderiam ser aplicadas aos seres humanos. Os cientistas que estão a favor da experimentação animal e que já tiveram contacto com ela, afirmam que os animais são essenciais para o avanço do conhecimento médico e biológico. Ainda outros cientistas importantes vêm sublinhar esta ideia e acrescentar ainda que a partir de fenómenos e reacções apresentadas nos animais é possível transpor para o ser humano porque o modo como este reage e funciona é bastante semelhante.
Esta questão ainda se discute na actualidade uma vez que envolve questões éticas justificando o enorme desentendimento que existe a este nível.
Fica a saber mais em: